[FP] Morgan Kahnwald

Morgan Kahnwald

Através de uma pessoa que está sempre fazendo piadas e tem um senso de humor bastante estranho, vive uma criatura traumatizada e com muitos problemas psicológicos que nunca teve a chance de tratar. Na frente das pessoas consegue ser mais extrovertida e fazer amizade fácil, mas quando está sozinha é alguém completamente diferente, mais triste, mais melancólica, mais quebrada. Porém não demonstra suas fraquezas, sempre finge estar bem pois é mais fácil do que dizer como realmente se sente. É alguém difícil de se lidar quando realmente a conhece e vê quem realmente é. Por fora é extrovertida, animada e está sempre fazendo piadas amargas ou sorrindo, sendo alguém fácil de se conversar, por dentro, o que esconde, quem realmente é em seu âmago, Morgan é alguém sem esperanças que se apoia em drogas, festas e bebidas para se manter de pé. Embora nunca tenha deixado a vida lhe derrubar, é muito quebrada por dentro e quando se deixa ser vulnerável, fica nítido o quão triste, cabisbaixa, amarga e suicida ela é. Tem dificuldades em criar laços muito fortes e um trauma de abandono que nunca conseguiu superar, por conta das coisas que passou. Não acredita que coisas boas vão acontecer ou que seu futuro será bom, embora possua seus sonhos. Dor é tudo o que conhece, tenta expressar isso em suas composições, mas parece que ninguém nunca realmente percebe o que se esconde atrás da máscara.











Morgan não teve uma infância agradável, nunca conheceu seu pai e sua mãe era alcoólatra, sempre investia mais em seu vício do que nas coisas em casa, então já passou fome várias vezes. Morando em uma área desvalorizada e pobre da cidade, em um apartamento caindo aos pedaços com uma mãe que se prostituía para pagar o aluguel, a humilhava e abusava verbalmente da filha sempre que a via todos os dias desde que criança, seu único escape era a escola, onde ainda sofria bullying de crianças e eventualmente de adolescentes por sua mãe ser uma prostituta e por serem pobres. Todos sabiam, sua mãe sempre foi sua vergonha e não sabia quem era seu pai, sonhava por um tempo em ir morar com ele, talvez fosse melhor do que morar com sua mãe, mas se ele sequer a quis, por que a aceitaria em sua casa?

À medida que foi crescendo e amadurecendo, este sonho foi desaparecendo lentamente como água que escorre pelas mãos, começou a aceitar sua realidade e na adolescência se rebelou. Começou a sair, fazer coisas erradas, usar drogas, álcool, qualquer coisa que a fizesse esquecer de sua realidade, mal ficava em casa e quando chegava tarde sua mãe já não estava mais lá, porém no dia seguinte era sempre a mesma coisa. Gritos, xingamentos, humilhação... Descobriu a cena gótica muito cedo e se identificou, adotando o estilo, estudando sobre, descobrindo bandas e foi quando descobriu seu amor pela música. Embora a vida em casa não fosse fácil e passasse por miséria e humilhações, Morgan conseguiu manter seu espírito, dando cada vez menos importância ao que a mãe falava, decidindo que iria definir suas prioridades e fazer o possível para sair debaixo do teto de sua mãe assim que conseguisse, então na adolescência conseguiu um emprego de meio período em um estabelecimento ruim e duvidável e começou a juntar dinheiro para se livrar de seu fardo assim que estivesse velha o suficiente para ser independente. Também usava o dinheiro para sustentar seus vícios, principalmente em drogas e manter seu estilo, comprando roupas que gostava, acessórios, maquiagem... Tudo o que não podia ter antes, pois sua mãe sequer tinha dinheiro para manter a casa e a alimentação das duas, quem dirá dar algo para ela. Nunca viu um centavo vindo de suas mãos para a sua, não de sua mãe ao menos.

Aos dezoito foi expulsa de casa, pois sua progenitora dizia que sua responsabilidade com ela havia acabado, então usou o dinheiro que guardara e o que ganhava em seu emprego exaustivo de merda para conseguir dividir o aluguel com uma garota aleatória que tinha a personalidade e o estilo completamente diferente do dela, quase nunca se falavam, a não ser para resolver as coisas em casa e brigavam com frequência por Morgan sempre ouvir música alta e trazer drogas para dentro de casa, sempre achou sua colega de quarto certinha demais, de nariz empinado como se fosse melhor do que ela, mas era o que podia fazer. Logo conseguiu passar em uma universidade no curso de Programação, embora não fosse a melhor da classe na adolescência porque estava sempre faltando aulas e nunca se empenhou muito nos estudos, era muito boa com computadores e tecnologia no geral, conseguiu uma bolsa nesta área e começou seus estudos.

Embora sua vida tenha sido difícil, lidar com uma mãe viciada que se prostituía e nunca ter coisas básicas que uma criança e adolescente deveriam ter, Morgan nunca deixou isto abalar seu espírito, ao menos tentou. Não possui muito contato com a mãe, já que ela a desprezou e abandonou, não tem mais nenhuma esperança ou vontade de encontrar seu pai, porém às vezes encontra a mãe vendendo o corpo nas ruas frias de Montgueux, parando carros e continuando na mesma vida que sempre teve. Nunca se importou em perguntar ou entender o que a fez seguir este caminho ou como foi sua vida, já que ambas sempre foram distantes e sempre estavam em conflitos, mas imagina que teve uma vida muito difícil para ter que se submeter àquilo para conseguir um trocado, sem mencionar seu vício. Sua mãe claramente era uma pessoa perturbada que não sabia lidar com suas próprias dores e a filha pagava por seus traumas, tornando um ciclo vicioso onde ela mesma desenvolveu seus próprios traumas.

Quando aprendeu a tocar instrumentos, formou uma banda que tem até os dias de hoje, assumindo o cargo de vocalista na mesma. Nunca conseguem fazer shows em lugares além de bares baratos ou locais alternativos onde pessoas de várias subculturas alternativas se encontram e após ser demitida de vários empregos, teria que continuar procurando algum para poder continuar pagando parte do aluguel, então acabou caindo em um emprego ruim de meio período novamente, mas sonha em um dia conseguir se formar e trabalhar em sua área, ter sua própria casa, sem precisar lidar com colegas de quarto que sempre a odeiam por algum motivo. Talvez por preconceito com a forma que ela se veste e por ser quem é, talvez por simplesmente serem ruins. Sua colega de quarto atual é uma nerd que conheceu na faculdade e logo fez amizade, passiva demais para reclamar de qualquer coisa e parece não se importar muito com as coisas que Morgan faz ou deixa de fazer, mas novamente, alguém certinha demais em sua concepção. Tem uma certa inveja de Madison, pois imagina que ela teve uma vida muito mais fácil que a dela e a amizade de ambas é estranha, são o completo oposto, entretanto é uma dinâmica que estranhamente funciona, até o momento.

Morgan vive um dia de cada vez, sem ter muita expectativa, embora tenha sonhos e espera que o futuro seja mais gentil do que seu passado.